quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Doenças respiratórias são comuns no inverno

No inverno são comuns doenças respiratórias, como gripes, resfriados, bronquites, faringites e pneumonias. Infecções que atingem as vias aéreas, as doenças do trato respiratório, são causadas por vírus ou bactérias que circulam pelo ar.
Em épocas de mudanças climáticas, como a que estamos vivendo agora, a contaminação por esses microorganismos se torna mais recorrente. “Quando a estação muda, a população fica exposta a um maior número de vírus, sendo mais suscetível de contraÍ-los”, explica a pediatra e pneumologista Elisângela Pessoa de Melo, que trabalha no Hospital Pediátrico Maria Cravo Gama, unidade infantil da Prefeitura localizada em Afogados, na zona Sudoeste do Recife.

Tosse, coriza, dores no ouvido e na garganta, moleza no corpo, falta de apetite e febre são os sintomas desses tipos de moléstias. As principais vítimas são as crianças e os idosos, por dois motivos: os menores, por não terem o sistema imunológico totalmente formado, sem chances de combater sozinhos os vírus; e os mais velhos, pelo fato de seu sistema imunológico estar desgastado, dando espaço para o aparecimento de doenças.

O tratamento adequado evita a evolução para quadros clínicos mais complexos, nos quais podem se transformar em casos crônicos. “É importante ficar atento aos primeiros sinais e procurar logo orientação médica para que não haja piora do quadro”, orienta Ana Catarina dos Santos, especialista em saúde do idoso e médica da Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro.

A orientação de um médico é importante porque só ele pode dar o diagnóstico preciso. “Facilmente um resfriado pode se confundir com uma gripe. Por isso, só o médico pode avaliar adequadamente o quadro clínico do paciente e prescrever para ele o tratamento mais adequado”, complementa Elisângela. Ela recomenda os pais a levarem os seus filhos às urgências, sobretudo, nos casos de febre persistente, cansaço, dificuldade em alimentar-se e beber líquidos, manchas no corpo, dor de garganta e dor de ouvido.

Para combater esses tipos de doenças, o tratamento é basicamente o mesmo. Beber muita água, manter uma alimentação saudável, ficar em repouso (principalmente nos primeiros dias), tomar vitaminas, sobretudo à do tipo C, e, caso necessário, dipirona ou paracetamol, para aliviar a dor e baixar a febre, se houver. Para as pessoas que têm obstrução nasal, é aconselhável o uso de soro fisiológico 0,9% a fim de limpar as vias aéreas, evitando assim sinusites, otites e tosses noturnas. Outra dica é evitar também locais com grande aglomeração de pessoas, onde é mais fácil de se contrair vírus.

Para prevenir o aparecimento da gripe na população com 60 anos ou mais, o Brasil tem realizado desde 1999 campanhas de vacinação para imunizar os idosos, justamente o grupo de maior risco. Nos últimos anos, Recife tem ultrapassado a meta de 70% de cobertura vacinal nessa faixa etária, conforme preconiza o Ministério da Saúde.

“A vacinação é uma medida preventiva importante, pois tem evitado que os pacientes peguem gripe, que pode se transformar numa pneumonia, podendo ser letal para os idosos”, afirma Ana Catarina. Para quem não sabe, Recife é a terceira capital brasileira com maior proporção de idosos, segundo o IBGE. São 143.485 pessoas com 60 anos ou mais, o que corresponde a 10,1% da população recifense.

Internações – De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde, foram registradas, em 2007, 10.662 internações hospitalares no Recife decorrentes de doenças do aparelho respiratório, a exemplo de gripe, bronquites e pneumonias. Em 2008, entre os meses de janeiro e maio, foram verificadas 2.938 internações na capital.