Flexibilização de jornada. Três palavras que incomodam os sindicalistas, mas são aprovadas pelos empresários. Saída para manter o emprego ou solução para garantir os lucros dos patrões? A discussão vem ganhando corpo em meio à crise financeira mundial, quando as empresas já anunciaram férias coletivas, enxugamentos e cortes. Os sindicatos trabalhistas já abrandaram o tom, mas o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva - de origem solidificada no indicalismo - já se posicionou contrário às medidas. Retrocesso às conquistas das categorias, teria classificado o ex-sindicatista. No meio da polêmica, o trabalhador - além de ser um dos principais interessado - precisa ser ouvido. Se prefere abrir mão - temporariamente, assim concordam todos - das conquistas ou garantir o salário - nem que seja reduzido - no fim do mês? Quando o sociólogo Betinho lançou a campanha de combate à fome quase foi crucificado por intelectuais que defendiam "ensinar o pobre a pescar" ao invés de dar o peixe. Só que antes de aprender apescaria, eles já teriam morrido de fome, um problema real e urgente. Para problemas emergenciais, soluções urgentes. Depois, com o emprego garantido - ou praticamente - o trabalhador briga para reaver os direitos flexibilizados.
Fonte: Diario de Pernambuco - Coluna Diario Econômico - 11/01/09