sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Os perigos do beijo na boca

Quem não gosta de beijar na boca? Poucos se arriscariam a dizer que não. Mas, por trás de uma das manifestações de carinho mais conhecidas universalmente, o beijo, tão bem retratado por poetas e até escultores (quem não se lembra da famosa escultura “O Beijo” de Rodin?), também é um vilão. Alguns exemplos são as transmissões da cárie dental e de doenças sexualmente transmissíveis, já que são doenças provocadas por bactérias. 

E o processo todo se complica com a chegada do carnaval, uma vez que a adrenalina e a sensação de liberdade ficam mais que exaltadas para praticamente todos os que frequentam as ladeiras de Olinda e o Recife Antigo. O famoso “ficar”, no qual se pode beijar várias pessoas, geralmente desconhecidas, em uma mesma balada, ganhou as ruas na Folia de Momo, fazendo vários casais diferentes a cada dia e, até mesmo, horas.

O hábito do beijo na boca, visto por muitos como algo inofensivo, foi identificado como forte colaborador da transmissão de várias doenças. A gengivite - uma inflamação da gengiva - por exemplo, é uma infecção bacteriana que teve sua incidência somatizada nos últimos anos, provavelmente em decorrência do costume de “ficar”. 

Outra bem mais conhecida é a cárie. Essa, não só pode comprometer o sorriso como, também, desencadear maus-odores na boca e constrangimentos. “Entre as pessoas que correm maiores riscos de desenvolver cáries estão as que tiveram esse problema nos 12 meses precedentes, os diabéticos, os hipertensos, os que tem um fluxo de saliva menor e aqueles cujo sistema imunológico esteja deficiente”, enfatiza a coordenadora da área de odontologia estética e odontopediatria, Cristiane Lacet.

A odontóloga também destaca que a bactéria pode ser evitada com cuidados simples, evitando, assim, a disseminação da cárie para outras pessoas. “O hábito da higiene bucal não pode ser negligenciado. A escovação e o uso do fio dental após a folia são importantíssimos para evitar que se adquira cáries. Como a bactéria tem um tempo demorado para se instalar nos dentes, dá tempo de, quando o folião chegar em casa, escovar os dentes e dormir tranqüilo”, explica.

Mais não são apenas as bactérias que fazem a festa nesse período momesco. O beijo também pode transmitir vírus causadores de doenças, como a mononucleose, e o herpes labial. As temidas doenças sexualmente transmissíveis (DST) também podem ser contraídas pelo beijo.