sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Tradição de presentear no Natal ajuda comércio recifense a resistir à crise financeira

Foi divulgada hoje pelo Centro de Pesquisa (Cepesq) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE) uma sondagem de opinião com os consumidores sobre as compras de final de ano.

De acordo com a pesquisa as expectativas de gastos dos consumidores para o natal e o reveillon se contraíram, na Região Metropolitana do Recife, quando comparadas com a sondagem realizada em 2007. Somente 30% pretendem gastar mais neste fim de ano, contra 47% na pesquisa anterior. Outra indicação da queda das expectativas é que 33% dos entrevistados pretendem diminuir seus gastos, enquanto no ano passado o percentual era 28%. “A explicação para esse comportamento foi influenciada fortemente pela percepção da crise financeira mundial, pois quase metade dos consumidores afirmou que suas compras seriam diminuídas por conta da crise”, explicou o consultor econômico da Fecomércio, José Fernandes de Menezes.

A tradição de presentear ao final do ano deverá atenuar as dificuldades do período, pois 79,32% dos consumidores pretendem comprar presentes. Trata-se de um percentual um pouco menor do que no ano passado já que naquela ocasião 84,67% afirmaram ter comprado. Mas, esses quase 80% são um percentual expressivo capaz de dinamizar as vendas do varejo. Os entrevistados nos shoppings parecem ainda mais dispostos a manter a tradição: 85% pretendem presentear, contra 76% no comércio tradicional.

As preferências dos consumidores parecem muito estáveis quanto aos presentes de fim de ano, pois a ordenação deste ano é praticamente a mesma do ano passado e de períodos anteriores. Artigos de vestuário, produtos eletrônicos, calçados, perfumes e cosméticos, cine-foto-som e brinquedos são, nessa ordem, os presentes que deverão ser mais comprados.

O décimo terceiro salário é um conhecido impulsionador das vendas de fim de ano, mas seu poder de indução das compras foi reduzido pelo endividamento. “No total, é quase igual o percentual dos que deverão utilizá-lo para pagar dívidas (45,10%) e realizar compras (44,74%). Os consumidores dos shoppings, ao contrário daqueles das áreas tradicionais, deverão gastar uma parcela maior do seu décimo terceiro com compras, ao invés de pagar dívidas”, explicar o consultor.

Os cartões de crédito continuam a ser o principal meio de pagamento, seguido pelas vendas a vista. Nesse ponto os consumidores mostram um comportamento muito homogêneo, independentemente do local de compra.

Nesta Sondagem, o Centro de Pesquisa do Instituto Fecomércio-PE entrevistou, no mês de novembro, 561 consumidores com idade média de 33 anos, sendo 290 mulheres e 271 homens, dos quais 383 nas áreas de comércio tradicional e 178 nos shoppings.