sábado, 29 de agosto de 2009

Resultados de julho animam comércio varejista da RMR para mais um ano positivo

O varejo da Região Metropolitana do Recife (RMR) iniciou bem o segundo semestre e parece ter deixado para trás as restrições enfrentadas no início do ano, quando uma conjuntura dominada por incerteza e pessimismo causou forte contração no crédito e quebra da confiança dos consumidores, prenunciando um ano de ajustes e dificuldades. Segundo a pesquisa conjuntural lançada pela Federação do Comercio de Pernambuco (Fecomércio/PE) em julho o processo de retomada continuou, com as vendas do comércio em geral crescendo mais de 6%, um percentual que sobe para além de 8% quando não são consideradas as concessionárias de veículos.

Trata-se de uma variação mensal muito boa mesmo com a queda de cerca de um por cento registrada nas vendas das concessionárias em relação a junho que decorreram muito mais do ótimo desempenho naquele mês do que de um mau resultado em julho. Tanto é assim que em relação a julho do ano passado registrou-se um aumento 0,60% e no acumulado do ano as vendas praticamente já se igualaram às registradas no ano anterior. “Felizmente, após o fraco desempenho em janeiro e fevereiro, a partir de março o comércio varejista começou sua recuperação, o que permitiu o fechamento de primeiro semestre com resultados acumulados semelhantes aos obtidos em 2008”, explica o consultor da Fecomércio, Luiz Kherle.

Entre os ramos se destacaram as lojas de utilidades domésticas, tecidos e materiais de construção, especialmente este último que cresceu 17,67% relativamente a junho, 6,39% a julho do ano passado e acumula nos primeiros sete meses do ano alta de quase 4%. Livrarias e papelarias, autopeças e acessórios e combustíveis, embora não tanto como os três ramos anteriores, mostraram também um boa performance.

Uma grande parte do desempenho do varejo em julho está direta ou indiretamente associado à política de renuncia fiscal que está sendo utilizada como indutora da demanda. Este é diretamente o caso de materiais de construção e lojas de utilidades domésticas, e indiretamente de autopeças e acessórios e combustíveis, que foram beneficiados com a expansão das vendas de automóveis. Encontra-se fora dessa órbita de explicação o bom desempenho dos ramos tecidos e livrarias e papelarias, que foram influenciados pelas promoções e pelo retorno as aulas.

O emprego cresceu em relação a junho, mas o número de empregados no comércio ainda é menor do que no ano passado. A despeito disso, a massa salarial real já avançou cerca de 2% no ano, refletindo o aumento do faturamento das empresas e os ganhos salariais dos empregados obtidos nos acordos coletivos. Chama a atenção o grande aumento de 16,6% na massa salarial dos supermercados em um mês no qual o faturamento diminuiu 1% e o emprego cresceu menos de dois por cento. No entanto, esses números são explicados pelo fato de que o acordo salarial neste ramo somente foi assinado em julho, de modo que a massa salarial analisada acumula ganhos referentes a dois meses.