terça-feira, 29 de setembro de 2009

Varejo da RMR continua em crescimento

O aumento de mais de 5,5% no faturamento do comércio em geral da Região Metropolitana do Recife (RMR) em agosto, tanto em relação ao mês anterior quanto a igual mês do ano passado, delineia, quando combinado com um crescimento de quase 2% no acumulado do ano, um quadro de superação da crise iniciada em fins de 2008. Estes são os principais destaques da pesquisa lançada pela Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE) em relação ao movimento do comércio no mês de agosto.

Os bons resultados parecem claramente ligados à política de renuncia fiscal, já que foram os ramos que receberam incentivos os que mais se destacaram. As concessionárias de veículos aumentaram seu faturamento em mais de 20% em relação a julho e quase 13% com agosto de 2008, um desempenho melhor que a média nacional, mas de acordo com os dados divulgados pela RENAVAN para Pernambuco. Para as lojas de utilidades domésticas o incremento em relação a julho foi de 7,86% e a agosto do ano passado 2,44. Nos materiais de construção esses percentuais atingiram 3,10% e 6,71%, respectivamente.

Com a inclusão dos números até agosto, o crescimento do faturamento acumulado pelo comércio já se aproxima de 2%, quer se incluam ou não as concessionárias de veículos, o que oferece uma clara idéia de franca recuperação do varejo. O bom comportamento das vendas tem se rebatido diretamente sobre a massa salarial, que aumentou cerca de 0,7% em relação a julho e mais de 2 % na comparação com agosto. No acumulado do ano já cresceu 2% no comércio em geral e supera 2,7% quando não são computadas as concessionárias.

O único item, dentre os acompanhados pela Fecomércio, que não apresenta boa performance no acumulado do ano é o nível da mão de obra empregada. “Embora haja crescido em relação a julho. Esse resultado deve ser creditado à diminuição da confiança dos empresários em vista da crise, que interrompeu um processo de recuperação do nível de emprego registrado no ano passado”, explica Josias Albuquerque, presidente da Fecomércio.

Comparativo - A variação mensal do índice Fecomércio-PE do faturamento, pelo quarto mês consecutivo, apresentou acréscimo nas vendas de 5,89%. Mas, diferente dos outros meses, essa alta foi obtida após um mês de crescimento substantivo (julho, 6,27%), o que elevou bastante a base de comparação, deixando os resultados mais robustos. Sem as concessionárias de veículos o resultado passa a 2,21%. “Vale ressaltar que em agosto houve a comemoração do Dia dos Pais, com reflexo nas vendas dos Bens Duráveis 5,66%, segmento responsável pela maior parte da comercialização dos produtos da chamada linha branca e que conta a redução no IPI”, explica o consultor Luiz Kehrle.

Segundo Kehrle é importante ressaltar também o excelente desempenho do comércio automotivo 18,64%, que foi o grande responsável pelo acréscimo nas vendas do comércio no mês, e está inserido na política de renuncia fiscal do governo federal, parte da estratégia de dinamização da economia brasileira frente a atual crise. Analisando os ramos de atividade, a maioria absoluta registrou elevação nas vendas com destaque para as empresas de concessionárias de veículos 20,46% e de tecidos 12,99%, principalmente aquelas que comercializam moda praia e que se prepararam para a chegada do verão.

Segundo o levantamento a massa de salários teve uma variação mais moderada de cerca de 0,7%, quer se considere ou não as revendas de veículos. Muito dessa moderação está no fato de que no mês de julho a folha de pagamento das empresas esteve maior em função do aumento do dissídio coletivo da categoria. Considerando os segmentos, mesmo com a maioria tendo um comportamento superior ao mês anterior, pode-se observar uma disparidade, entre, de um lado Materiais de Construção 3,39%, e de outro, Bens de Consumo Não Duráveis -2,78%. Nos ramos, dos 14 pesquisados, dez acompanharam a tendência do comércio em geral, com mais evidência em materiais de construção 3,39%. Em contraposição, quatro tiveram resultado adverso e combustíveis - 4,68% foi o que mais reduziu a folha.