A rodada de negócios, promovida pelo Sebrae Pernambuco na X Fenearte, encerrou com a movimentação financeira de R$ 3.592.000. O valor, considerado satisfatório pela instituição, é resultado de 417 encontros entre os artesãos, que expuseram seu trabalho no evento, e 28 compradores, representantes de lojas de todo o Brasil. As negociações envolviam a aquisição das mercadorias no momento venda, ou em um prazo de até doze meses. O foco da procura estava, principalmente, em artigos em madeira (cerca de 40%) e cerâmica (cerca de 20%), mas era o potencial criativo o que chamava mais atenção nos produtos e aumentava seu poder de comercialização.
O objetivo da rodada foi oportunizar maior contato entre os lojistas e os então vendedores para que eles traçassem relações perenes. Isso, segundo Fátima Gomes, analista do Sebrae, é uma ação de inovação que contribui para a valorização do artesanato e gera novos negócios, fazendo com que ambas as partes envolvidas ganhem. Ainda de acordo com Gomes, os benefícios desse tipo de iniciativa vão além da simples compra e venda. “Os artesãos acabam recebendo uma consultoria gratuita. Por mais que os lojistas não fizessem grandes compras em sua primeira vez no evento, mantinham contato com eles e diziam como poderiam melhorar seu produto e torná-los mais vendáveis”, diz.
A apresentação dos artigos aos compradores aconteceu, também, com o auxilio do Catálogo do Pernambucano do Artesanato, lançado esse ano pelo Sebrae. “Mostramos o catálogo aos interessados e, se os produtos não estivessem aqui, os artesãos os trariam para efetuar o negócio”, completa a analista.
O artesão Ermírio José, o Miro do Boneco, trabalha com confecção de bonecos tipo fantoche e, há pelo menos 9 anos, participa vendendo suas criações na Fenearte. “Viram meu trabalho e alguém do Sebrae me apresentou o como eu poderia ganhar participando da Fenearte. Já vou fechando o terceiro negócio e espero vender muito mais”, conta Miro. Já para o outro lado, o comprador, a “metodologia” utilizada na Feira é igualmente importante. “Aqui encontramos produtos únicos e a rodada de negócios nos oportuniza manter contato com quem o fornece. Espero fechar, pelo menos, oito negócios” diz a empresária Elizabeth Bravin, proprietária da Palhoça Brasil, que fica Feira de São Cristovão, no Rio de Janeiro.