segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Editora Aletria lança o livro “Escultórias Arigatô”

Em 2006, uma contadora de histórias e um escultor sonharam com uma forma de unir as artes das esculturas e da criação das histórias a fim de levá-las para bem próximo das pessoas. Foi assim que nasceu o ‘Projeto Escultórias’, que teve como objetivo, em sua proposta inicial, transformar locais públicos, tais como praças, escolas, shoppings, rodoviárias etc em espaços artísticos para trabalhar a imaginação de cidadãos que dificilmente iriam a uma galeria ou museu de arte.

Hoje, dois anos depois, o projeto continua alcançando seu público: pessoas de diferentes faixas etárias e classes sociais. No ‘Projeto Escultórias’ (uma organização não governamental), além de visitar uma exposição de esculturas feitas com sucatas de ferro, os interessados podem participar de uma oficina de criação literária. Essa dinâmica os leva a observar as esculturas e a produzir uma leitura própria da obra do artista, a partir da qual são incentivados a criar contos, poesias, haikais (uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade), histórias em quadrinhos e ilustrações que expressam o que sentiram ao entrar em contato com as peças expostas e com o artista criador delas.

A partir deste trabalho, foi criado o livro “Escultórias Arigatô” que será lançado no dia 1º de outubro, no Salão do Livro de Ipatinga (Centro Cultural Usiminas, localizado no Shopping do Vale, em Ipatinga (MG)), com entrada franca. O livro foi organizado pelos arte-educadores, Sandra Lane e Leandro Gabriel, e está sendo lançado pela Editora Aletria.

O livro contém haikais e desenhos de jovens entre 11 e 14 anos das escolas municipais de Ipatinga: Carlos Drummond de Andrade, Padre Bertolo e Nelcina Rosa de Jesus que, através do patrocínio da USIMINAS, em agosto deste ano, fizeram parte do ‘Projeto Escultórias’. A seleção dos haikais que são apresentados no livro ocorreu entre um grupo com mais de 60 alunos que participaram das oficinas. Os jovens escritores e ilustradores, além das esculturas do projeto, tiveram como eixo motivador a cultura japonesa, homenageada pela comemoração do centenário da sua imigração no Brasil.

No livro, foram utilizados o preto e o branco nas apresentações dos textos e desenhos com o intuito de remeter à gravura UKIYO, um estilo de pintura criado no século XV pelo japonês Hishikawaa Moronobu. A maioria dessas pinturas era feita em xilografia, por isso, pode-se observar a técnica da raspagem do nanquim no papel nos desenhos que ilustram os poemas. Esta foi uma possibilidade que os autores encontraram de tentar mostrar o resultado desta bela técnica artística.

Os autores - Sandra Lane é formada em Artes Plásticas pela UEMG e especialista em Arte e Educação, da Palavra Oral à Escrita, pela PUC-Minas. Trabalha como contadora de histórias há mais de dez anos. É diretora artística do Passaredo Contadores de Histórias e autora do livro “Histórias da Nossa Gente”.

Leandro Gabriel é formado em Educação Artística pela UEMG e pós-graduado em Arte-Educação pelo Centro de Pesquisa de Minas Gerais. Atualmente, compõe e re-elabora texturas e formas a partir da exploração e agrupamento de metal, aço oxidado e sucatas de ferro, realizando obras em que predominam a especialidade e a visualidade. A temática de suas obras é essencialmente urbana, sem vínculos diretos com escolas clássicas.