quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Comércio de Caruaru espera vendas estáveis no fim de ano

Foi divulgada nesta quarta-feira, 26, pelo Centro de Pesquisa (Cepesq) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), uma pesquisa para detectar as expectativas predominantes entre os empresários neste fim de ano na cidade de Caruaru.

Em convênio com o Sebrae-PE, a Fecomércio-PE realizou 397 entrevistas na capital do agreste na primeira semana de novembro. Quando foram perguntados se esperavam vendas maiores, menores ou iguais as do fim do ano passado, as respostas se distribuíram sem grande diferença entre as três opções: 36,78% crescimento, vendas iguais 31,74% e queda 30,23%. “Estes dados revelam uma posição de cautela, sem definição clara de otimismo ou pessimismo. Trata-se de uma nítida queda de expectativas em relação à pesquisa de sondagem realizada ao final de 2007, quando à época, dois terços dos entrevistados esperavam vendas maiores”, explica o consultor econômico José Fernandes de Menezes.

Foram ouvidas 253 empresas no comércio tradicional, 68 no pólo comercial, 51 na fábrica da moda e 25 no shopping Caruaru. Quando a análise dos dados é feita por área, constata-se otimismo no comércio tradicional e no shopping Caruaru, especialmente neste último onde 64% dos empresários esperam vendas maiores. No entanto, no pólo comercial e na fábrica da moda registrou-se pessimismo. No pólo 41% admitem vendas menores contra 29% que esperam crescimento. Na fábrica estes percentuais são, respectivamente, 40% e 13,73%.
A sondagem também buscou saber como estão os volumes de mão de obra empregada, horas extras trabalhadas e estoque este ano, relativamente ao final do ano passado. “Na grande maioria das empresas a contratação de pessoal e as horas extras deverão permanecer iguais ao ano anterior, em todas as áreas pesquisadas”, diz o consultor.
Contudo, os estoques são considerados maiores que no ano anterior nas quatro áreas de vendas. Uma explicação para esse comportamento pode estar no fato de que as decisões de formação de estoques foram tomadas antes do aguçamento da atual crise, enquanto que a contratação de mão de obra e de horas extras se deu quando o cenário da crise já havia se delineado.
A posição de cautela neste final de ano não se repetiu quando foi perguntado se esperavam em 2009 vendas maiores, menores ou iguais as do ano em curso. Neste caso os empresários mostraram-se nitidamente otimistas com mais de 68% deles esperando vendas maiores e somente 6,55% admitindo queda no faturamento. O otimismo dos empresários não leva em conta as dificuldades anunciadas para o próximo ano e pode na verdade representar mais um desejo do que uma avaliação racional do cenário futuro.
Merece referência o fato de que as expectativas dos empresários caruaruenses levantadas nesta sondagem se assemelham as que foram detectadas pelo Instituto Fecomércio-PE na Região Metropolitana do Recife. Em ambas as pesquisas os empresários mostram-se cautelosos em relação ao fim de ano, mas bastante otimistas quanto ao desempenho do comércio no próximo ano.